segunda-feira, setembro 26, 2005

Visitas

Ontem, domingo, fui a casa de uma amiga que já não via há séculos, entregar uns presentes de aniversário que andavam por minha casa a ganhar pó desde o princípio do Verão. E, de repente, dei por mim a recordar as antigamente habituais ‘visitas de domingo’. Sim, porque antigamente, quando o lazer ainda não era uma cultura, e o ócio era coisa muito pouco bem vista, os domingos eram recheados de rituais que lhes dessem utilidade. De manhã, a missa e as visitas ao cemitério. De tarde apanhava-se o eléctrico ou o autocarro e ia-se a casa de familiares ou amigos de longa data, beber um cházinho e actualizar as fofocas (sim porque nesses tempos falar ao telefone era considerado um luxo e estar horas à conversa era absolutamente impensável!). Se alguém, ainda que remotamente conhecido, se encontrava hospitalizado, impunha-se uma visita, acompanhada de uns bolinhos ou umas flores, para não parecer mal. E quando alguma vizinha mais velhota e sem família era internada num lar lá se acrescentava nova obrigação à lista de afazeres das tardes de domingo. Confesso que nessa altura, quando era miúda, não achava graça nenhuma a estas visitas de domingo. E que me chateava que nem um perú nas salas dessas tias velhas onde as bolachas Maria pareciam cheirar sempre a mofo, e eu não tinha absolutamente nada para fazer.
Mas tem graça, e sabe bem, relembrar esses tempos e esses ritmos, enquanto se repete a cena na actualidade, muito mais depressa, durante muito menos tempo, e com o enorme alívio de ser por puro prazer e não por obrigação!

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