domingo, abril 23, 2017

Já praticou nadismo?? Hoje é um bom dia para experimentar!

Não, não é uma gralha! Não, não lhe estamos a sugerir sair por aí sem roupas! Estamos só a sugerir que hoje, durante algum tempo, não faça nada. E quando dizemos nada é mesmo absolutamente NADA.

Pensa que é fácil? Pense duas vezes, experimente uma, e vai ver que é mentira. Não há nada mais difícil do que não fazer absolutamente nada.

Em primeiro lugar porque é absurda a quantidade de coisas que somos obrigados ou que nos obrigamos a fazer todos os dias, desde que acordamos até voltar para a cama. Não são só as obrigações profissionais, ou parentais. É, também, tudo aquilo que achamos que temos de fazer, ou que devemos fazer, para sermos mais saudáveis, mais felizes, mais preenchidos, mais, mais e sempre mais.

Depois, vivemos numa sociedade que condena quem não alinha no ritmo alucinado do empreendedorismo, da ambição, da corrida para chegar ao topo, para descobrir a pólvora, para fazer milhões. Que ostraciza quem se manifeste satisfeito por estar onde está e não sentir necessidade de ir mais longe profissionalmente.  

Que olha de soslaio quem nunca viajou por esse mundo fora, coleccionando carimbos no passaporte, porque se sente bem a passar as férias na praia mais próxima ou, até, na varanda ensolarada do apartamento onde vive.

Que sorri, condescendente, e apelida de 'cromos' os que não usam as roupas da moda, têm carros com vinte anos e telemóveis com dez, e continuam a só fazer comprar na mercearia velhinha da esquina.
E, como se tudo isso não bastasse, ou, por causa de tudo isso, ainda temos um soldadinho interior que nos faz sentir uma imensa culpa sempre que não estamos a fazer nada. Como se estivessemos a deixar que a vida nos passe ao lado, a perder uma qualquer oportunidade extraordinária de fazer/ter/viver/descobrir qualquer coisa que pode ser importante.

Por tudo isto, e porque Marcelo Bohrer teve um esgotamento nervoso e decidiu que era chegada a hora de fazer uma pausa, foi criado o Clube de Nadismo - um movimento que reune pessoas em locais públicos, geralmente parques e praças com belos relvados, para não fazerem absolutamente nada durante um período de tempo determinado (45 a 60 minutos, geralmente).

O segredo está na simplicidade da coisa, que não requer técnica, nem postura especial, nem nada de coisa nenhuma para além de estar quieto, parado, sem fazer nada, e, também, no facto de serem encontros realizados periodicamente (uma vez por mês), marcados com antecedência, o que nos permite marcar na agenda uma data e uma hora para NÃO FAZER ABSOLUTAMENTE NADA.

Pode descobrir mais sobre o movimento nesta entrevista com o seu fundador, ou visitar o site ou a página de Facebook e, quem sabe, tornar-se embaixador do nadismo em Portugal para organizar um primeiro encontro.

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