quinta-feira, maio 25, 2017

Aprender com os vencedores

Foto:  uefa.com

Pouco depois de Portugal ter ganho o Europeu 2016 li algures na net*, um agradecimento vindo do mais fundo do coração ao Cristiano Ronaldo que, com as suas lágrimas em pleno relvado, e perante milhares de espectadores no estádio e em suas casas, mostrou que sim, um homem também chora. Mesmo quando é o melhor do mundo. Mesmo quando é o 'maior'. Essas lágrimas sentidas, de revolta, frustração e tristeza, do Cristiano Ronaldo, impressionaram vivamente os filhos pequenos da autora do texto, que aproveitou a ocasião para lhes explicar que não há nada de errado em chorar, menos ainda quando se é crescido, e homem, e que as lágrimas não são mais do que uma forma de exprimir o que sentimos, não nos diminuindo em nada.

Não sei se ela não se terá já arrependido da lição ou não, porque duas crianças aos berros, livremente, podem bem ser um pesadelo, mas sei que aqueles miúdos, e outros que tiverem tido a sorte de ter pais atentos às lições importantes que andam por aí à solta sem ser metidas nos livros ou nas escolas, se sentem mais livres para chorar quando lhes apetecer, sem vergonhas parvas. E tudo graças ao Cristiano Ronaldo!


Foto:  EPA

Mais recentemente, depois de Portugal ter ganho o Festival da Eurovisão 2017,  Salvador e Luísa Sobral mostram-nos como, contra todas as expectativas, a simplicidade pode sair vencedora. Como uma canção 'em família', que não foi feita para ganhar, cantada sem artifícios, com tiques e trejeitos pouco bonitos, e zero efeitos especiais conseguiu chegar direitinha onde é importante - às emoções de quem escuta. E é ainda mais fantástico vê-los 'depois da festa' a declinarem com uma naturalidade desarmante todas as 'armadilhas' que os sucessos determinam: não vão continuar a trabalhar em conjunto, pelo menos para já, não vão prolongar o mediatismo conseguido com a t-shirt sobre uma causa humanitária tornando-se embaixadores da ONU ou qualquer outra entidade, não sabem se vão aceitar a entrevista a Jimmy Fallon porque não sentem ter nada a ver com o mundo do espectáculo televisivo americano. Então mas não mudou nada?? Claro que mudou! Vão poder continuar a ser autênticos e a fazer aquilo que gostam de fazer, só que agora para muito mais pessoas. E se depois de amanhã já ninguém se lembrar deles, tanto faz...

Com exemplos como estes é cada vez mais fácil acreditar que no meio do deserto gerado por esta era do mediatismo e imediatismo há um horizonte de esperança onde espreitam coisas boas e mais autênticas!

Aleluia!!

num blog que infelizmente não consigo nomear porque, pura e simplesmente, não me lembro

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