terça-feira, maio 23, 2017

Vamos ter uma conversa séria




Na pré-história, aquela parte da História da Humanidade em que não existiam telemóveis nem internet, as pessoas 'perdiam' imenso tempo dos seus dias de pasmaceira (repito: não havia internet) numa actividade absolutamente patética: a conversa.

Envolvia no mínimo duas pessoas que (pasme-se!) podiam até nem se conhecer de lado nenhum e simplesmente 'metiam conversa' a propósito de algo que se estava a passar no momento, e durante um espaço de tempo mais ou menos longo, trocavam ideias e opiniões e contrapunham outras ideias e outras opiniões ... e assim 'passavam o tempo'.

Lembro-me de apanhar todas as manhãs o mesmo comboio para ir para o liceu. Na carruagem onde ia sempre, toda ou quase toda a gente se conhecia, nem que fosse só de vista, e nos dias de acontecimentos importantes, como os jogos de futebol ou debates políticos a sério (outra coisa de saudosa memória) ou festivais da canção, toda a gente entrava na conversa, e lá ia opinando e contra-opinando,  como se de um grupo de amigos se tratasse.  

Vem toda esta 'conversa' a propósito de dizerem para aí que esse tempo de conversa com os outros, essa interacção, ainda que curta no tempo, tem um grande poder sobre o nosso estado de espírito. Ao que parece, conversar e, mais ainda, conversar sobre temas que nos interessam (não exactamente o estado do tempo, ou o atraso do metro), mesmo que seja com pessoas que conhecemos pouco ou nada, faz-nos sentir mais felizes.

Se pensarem um bocadinho, provavelmente vão perceber de que falam estes senhores. Porque, de facto, depois de uma conversa engraçada, apaixonada ou interessante, vem um sentimento de leveza e bem estar que não é mais do que pura felicidade (com letra minúscula mas ainda assim, boa de sentir).


Portanto, fica a sugestão: hoje, conversem! Mas conversem a sério. Olhos nos olhos. Com um amigo, colega, conhecido ou com um completo estranho (eu sei que isto de 'meter conversa' é encarado como um desporto radical, mas o resultado final é ainda mais compensador) mas conversem. 

E sejam felizes!

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